O tratamento da Gaguez deverá ser realizado em primeiro plano pelo Terapeuta da Fala, que em caso de necessidade poderá realizar trabalho em parceria com o psicólogo ou outro profissional (mediante cada caso).
A intervenção precoce é a mais
eficaz de todas e é um erro aguardar que a criança faça 6 anos para procurar
orientação, ou crianças que gaguejam há mais de 6 meses de forma sistemática devem ser avaliadas por um profissional da área.
A terapia da Gaguez tem como meta central ajudar a criança. Aprender uma forma mais fácil de falar, com recurso a técnicas e ferramentas que são ensinadas no processo de terapia. Um dos objectivos centrais da Terapia é ajudar a criança a ser um melhor comunicador, com confiança nas suas competências e habilidades, capaz de controlar as emoções negativas que muitas vezes surgem como fruto da incapacidade de falar fluentemente. O importante é promover sentimentos positivos em relação à comunicação e intensificar o interesse no processo de comunicação. Porque a gaguez é sem dúvida um problema que condiciona a vida, faz brotar sentimentos de auto desvalorização, frustração, vergonha e limita as interacções sociais, a facilidade de estabelecer relações, é ideal intervir o mais precocemente possível, evitando assim um futuro que se vislumbra desenhado com muitas condicionantes, escolhas académicas e profissionais limitadas, dificuldades escolares, identidade negativa e estigmatização social.
Como ajudar o seu filho?
-No
caso das crianças que gaguejam torna-se ainda mais importante a
preocupação com o processo de comunicação, ou seja, os pais devem ser
bons comunicadores, privilegiar o contacto visual, os olhos nos olhos,
sinais valiosos para a criança que gagueja que o seu “porto de abrigo”
está atento ao que ela transmite. Neste sentido, é essencial mostrar à
criança, não apenas por palavras, mas sobretudo pelos gestos, pelas
expressões do olhar que se escuta activamente e atentamente o que ela
transmite e que não importa o modo como o faz, mas sim a mensagem que
expressa, a ideia ou a opinião.
-Falar
com calma, esperar uns segundos até responder a alguma pergunta da
criança, introduzir no próprio discurso algumas pausas são de facto
estratégias que se revelam de grande eficácia e que ajudam a atenuar
sentimentos de tensão e frustração que aparecem frequentemente
associados ao falar. Na realidade, estas estratégias contribuem de forma
impar para que a criança se identifique com o seu interlocutor e
naturalmente sinta uma menor tensão e ansiedade quando fala, pois também
o “outro”fala calmamente. Cuidado com os exageros, falar como a
criança, tentar imitá-la, não a ajuda de todo.
-A
tendência para completar as frases ou palavras da criança que gagueja
ou mesmo falar por ela é de evitar, pois apenas concorre para aumentar a
ansiedade e tensão associada ao falar, assim como conselhos
aparentemente vantajosos como “tem calma”, “relaxa”, são de evitar.
-É importante para a criança
que gagueja, sentir que as pessoas com quem se relaciona, com quem
comunica, têm disponibilidade para a ouvir. É fundamental que ela
compreenda através do comportamento verbal e não verbal dos pais que não
há pressa, que há tempo para comunicar e por este motivo é valioso que
pais ou figuras substitutas promovam um período regular, criem uma
espécie de rotina, uma “hora” em que mais nada importa, a não ser
“estar” com a criança.
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